quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Pra que servem as comunidades?


Ontém lí uma cronica de André L. Soares no seu blog Doce de Fel sobre a honestidade das pessoas http://docedefel.wordpress.com/2009/02/20/a-ultima-fronteira-da-honestidade/, não pude resistir... tenho que tecer alguns comentários a respeito:
Quando era criança morava em um sítio pequeno em Goiás distante de Brasília uns 50 quilometros, vivia com meus avós, já que minha mãe precisava trabalhar em Brasilia para ajudar no sustento.
Naquele pequeno sítio aprendi a valorizar a vida, aprendi ética, aprendi os valores cristãos, todas as coisas que ainda hoje uso em minha vida. Aprendi essas coisas no dia a dia, meus avós me passaram esses valores naturalmente com a simplicidade de quem mora na roça e não tem muito estudo, ainda lembro como se fosse hoje o meu avô contando estórias pra mim a beira de um fogão de lenha...
Mas não era sobre isso que eu queria falar, acontece que não sou escritor como o André e tenho dificuldade em reunir as palavras, vou tentando...
Cresci vim morar com minha mãe em Brasilia, o meu avô faleceu, vendemos o sitio, a minha avó veio morar comigo e já tinha quase 80 anos,não sabia ler nem escrever, achei que ela não aquentaria o ritmo da cidade, acostumada que era com a tranquilidade do campo, foi aí que aprendi o significado da palavra comunidade.
Minha vó era muito religiosa, católica, ia a igreja todos os dias e no começo eu tinha que levar e traze-la, então de certa forma era obrigado a assistir a missa , com o tempo ela aprendeu a ir e voltar sozinha, não demorou muito fez amizade com outras senhoras e participava ativamente dos grupos de oração, tinha a sua comunidade. Um dia ela me pediu para lhe ensinar a ler e escrever, pois necessitava anotar numa caderneta a quantidade de jejuns, orações, visitas... ela aprendeu. Minha avó não bebia, não fumava , não gostava de jogo, só se fosse jogo do Brasil ela era apaixonada pelo Brasil. Minha vó faleceu na mesma semana que o Airton Senna, ainda me lembro do sermão do Padre na missa de sétimo dia
ele dizia: O Senna corria atrás da fama, A dona Joana corria atrás do Céu...
Hoje na internet, temos muitas comunidades, mas quem dera essas comunidades aprendessem o valor da oração, ou que pelo menos fossem apaixonados pelo Brasil, não veríamos tanto descaso com os melhores brasileiros.

2 comentários:

  1. Parabéns, voc~e escreve bem, conta histórias.

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  2. Meu caro, achei suas crônicas de grande valor, e bendita sua avó, que soube dar exemplo de força de vontade e determinação.. concordo que a comunidade pode acrescentar muito em nossas vidas, pois é por ela que medimos e aferimos nossa condutas.. parabens pelo seu blog
    Mauricio ferraz( http://greenoport.blogspot.com)

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